quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Diário de Bordo - Dia 27/12/10 (capítulo final)

Hoje eu literalmente madruguei. Levantei as 5h da manhã, já que pretendia chegar em Santa Maria antes das 13h. Ainda mais, sabia que ia encontrar bastante movimento do pessoal voltando do feriadão de Natal!

Tomei um banho pra acordar, a Jô levantou junto comigo e preparou um café reforçado (alias, coitadinha, acordar a essa hora da manhã pra preparar café pro namorado "viajante"). Depois disso, amarrei a mochila na moto e programei a Raquel de volta pra casa!

A despedida sempre gera a mesma sensação. Aquele frio na barriga que teima em não nos abandonar até apertar o botão "start" e engatar a primeira marcha! Além do mais, esse foi o maior trecho em um mesmo dia que teria que fazer (aprox. 440km).

Segui o "roteiro" de sempre. Parei no posto Shell da cidade, enchi o tanque, calibrei os pneus e finalmente comecei a viagem (isso já era passado das 7h). Já na estrada, vi o sol ainda no mar, gigante e laranja no horizonte.
Alias, dia 23 eu e a Jô haviamos levantado também as 5h da manhã pra ir até a beira do mar ver o sol nascer e sinceramente, a sensação é sempre a mesma. O sol nascer é digno de salva de palmas!

Segui viagem com bastante atenção pela Estrada do Mar. Tinha bastante carro na pista, mas o transito estava fluindo bem e de uma forma bastante segura. Assim que cheguei na FreeWay abri o senhor sorriso. Motivo - estrada com três faixas, uma pista "exclusiva" para caminhões e ônibus e um asfalto de primeira qualidade (também pudera, aqui até moto paga pedágio - R$1,80)
 
Eu toquei ficha sem parar, rodando até Canoas, onde segui a orientação da Raquel pra sair daquela "muvuca" e pegar o acesso correto pra vir pra casa. Alias, um "salve" a Raquel, sem ela jamais teria conseguido ter tanta segurança nos trevos e acessos que passei durante a viagem (na grande maioria, mal sinalizados e confusos).

Fiz minha primeira parada já em Montenegro (180km rodados). Tomei um Cappuccino no Ponto 22 e fiquei um pouco lá esperando a serração que ainda "rondava" a região.

Posso dizer que "rodei... rodei... rodei e rodei mais um pouco". E o sol abriu finalmente, grandioso quase no topo da minha cabeça. Já na Tabaí peguei bastante movimento e alguns buracos (mas nada que apavorasse como na BR101).

Rodei até Santa Cruz do Sul sem parar. Entrei na cidade pelo trevo secundário (e não aquele do Fritz e Frida). Já estava na hora de abastecer a motoca (300km rodados até então e ainda faltavam 144km até SMA)

O legal foi que acabei pegando uma “serrinha” pra chegar no centro da cidade (até com umas curvinhas bem “divertidas”). O posto ficava bem no centro da cidade, o que possibilitou que eu conhecesse um pouco Santa Cruz. Depois de abastecer e esticar as pernas resolvi seguir viagem. Pra sair da cidade, usei a Raquel. Ela me mandou pra uns lados que me fizeram perder totalmente o referencial, até que eu fui parar numa ruazinha que dava na faixa. Uhull... próxima parada em casa (ao menos era isso que eu pretendia).

Nesse ponto, a estrada já parece uma grande conhecida. Lembro que é justamente agora que preciso ter ainda mais atenção. Certa vez li uma reportagem que a grande maioria dos acidentes ocorrem justamente próximos de casa. Por isso, segui ligadíssimo na estrada.

Chego propriamente em Santa Maria cumprindo minha meta de horário (12:15 no GPS). Pego a "faixa nova" (BR287), com um pouco de movimento devido a saída do pessoal da UFSM para almoço. Tentando fugir da BR158 por saber que esta é uma das mais perigosas da região. Sendo assim, resolvo seguir o caminho "comum" que faço quando vou pra casa. Faço o balão no viaduto e entro na Rua Fernando Ferrari.

Um buraco me faz lembrar que estou novamente na minha “cidade”. Diminuo a velocidade e passo pelo segundo buraco. Neste ponto, vejo dois carros na via perpendicular pararem no meio da pista. Como estou “acostumado”, dirigia cuidando-me dos outros. 

E NÃO É QUE O PIOR ACONTECEU? Um dos motoristas (o da esquerda) simplesmente não olhou para o lado. E na hora que estava passando de moto, ele simplesmente arrancou o carro dele direto em mim!

O pior é que senti que isso iria acontecer quando vi o carro ainda parado. Claro que coisa de milésimos de segundo. Ainda com a batida, eu consegui parar a moto no acostamento (milagrosamente, mesmo tendo empurrado minha traseira eu se quer me desequilibrei).

Desci da moto olhando pra minha perna, procurando algo estrupiado, sangrando, rasgado mas pra minha surpresa, NADA! Pronto pra ver a "destruição" na moto, olho pra minha guerreira e noto que não aconteceu nada. Ela estava exatamente igual a quando eu subi nela 6h antes!

O motorista do carro parou atrás. Eu tirei o capacete "pê-da-vida". Perguntei o que ele tava fazendo, porque não tinha olhado pro lado e mais uns chingamentos que se quer lembro agora. O cara pareceu mega assustado. Me pediu calma, perguntou se tinha me machucado. Ai é que minha ficha caiu!

Graças a Deus (e somente ele pode ter me livrado dessa) eu não sofri absolutamente nada! Voltei a olhar a moto e notei meu pisca traseiro esquerdo mole! Olhando mais de perto, vi que a base, que permite que ele seja flexível havia rachado.

O motorista do carro se ofereceu para fazer B.O., me informou que era policial, que trabalhava no Hospital da Brigada militar. Me passou o nome completo, a placa do carro e o telefone dele para que eu pudesse passar a "facada" do pisca novo que teria que trocar!

Segui com (ainda que com as pernas bambas) pra casa. Não conseguia acreditar que tinha rodado 1700km pra que isso acontecesse a menos de 4km de casa. Estacionei a moto na garagem do prédio, subi pro apartamento, larguei a mochila e tirei finalmente a armadura!

Me pus a pensar no quanto Deus se fez presente durante toda a minha viagem. Eu andei sob todas as condições: sol, chuva, vento, frio, calor, estradas de chão, subindo serras, descendo serras e não sofri nenhum arranhão. Com isso, dei por encerrada a minha viagem!

Hoje, passados quase um mês do término da aventura que descrevi aqui no blog tenho certeza que não fui eu quem desviou do carro, e sim Ele.

Obs: as 14h passei na Dafra e já fiz a troca do pisca – R$45,00 um pisca traseiro. Preço salgado. Já fiz a troca no dia mesmo, e o "dito cujo" já pagou o prejuízo.

Obs²: o fim do meu diário de bordo não representa o fim das postagens aqui no blog. Pelo contrário... muitas novidades estão por vir!

Fotos:
 
Tudo pronto pra voltar pra casa! Capão da Canoa - 6h da manhã!
Ponto 22 em Montenegro - RS
Abastecimento em Santa Cruz do Sul - RS
Pausa pra foto!
Como é bom ver placa que indicam a distância de casa!
Raspão no pisca e borracha quebrada - agora já está tudo "0km"
1500km no GPS + 200km aprox. com ele desligado (dentro das cidades)
Geosetter - Monta o trajeto com dados do GPS e anexa as fotos conforme as coordenadas!
 

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